terça-feira, 27 de julho de 2010

Desabafo


Sempre busco entender tudo ao meu redor, talvez seja essa uma das coisas mais preconceituosas que faço. Ao longo do texto tentarei esclarecer e explicar melhor minhas ideias. Não espero que você leitor me compreenda, muito menos que me dê razão. Isso é só um desabafo.

Vivemos em uma sociedade cega, onde grande parte dela caminha de olhos vendados. Pode parecer meio estranho um garoto de 16 (dezesseis) anos dizer tal coisa, entretanto se consigo enxergar, é porque parte de minha visão não está mais vendada.

Nascemos com os olhos fechados, muitas vezes alienados por nossos pais ("É a cara da mamãe...", "Tem os olhos do papai..."). Abrir os olhos só se torna possível depois que começamos a criticar e criar nossas próprias conclusões.

Não me lembro muito bem quando passei a construir minhas opiniões e deixei de escutar o que diziam os outros (principalmente a mídia)sobre determinado assunto. Acredito que foi a partir daí que comecei a buscar entender tudo o que acontecia.

Quanto mais buscava entender sobre os outros, mais se tornava difícil me entender. Conseguir compreender o que acontece ao seu redor pode ser fácil, o difícil e tentar entender seus sentimentos em relação a tudo isso. É aí que entra a outra parte de minha cegueira, a que eu busco superar.

"Quem realmente sou? O que realmente sinto? O que realmente vejo?"

É tudo muito complexo e incerto quando vamos mais além. Nada é como pensamos que é. Dizem que coração do outro é terra desconhecida, pois digo que conhecer seu coração pode ser mais difícil do que entender os outros.

Lidar com o que é de fora pode ser fácil, quero ver lidar com o que é de dentro. Entender quem realmente sou ou quem realmente quero ser, compreender verdadeiramente meus sentimentos e descobrir até onde consigo VER. Um outro eu que procuro DESvendar e que não é visível à todos, pois nem todos enxergam a realidade como ela realmente é.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Impecável Implexo



Ainda que meu ter
esteja perto do saber,
mesmo se tudo tivesse,
sei que nada teria.

Ver além de meus olhos...

Imaginar o impossível...
Romper a outorga de limites...
Discordar do indiscutível.


Sonhar em linhas tortas...
Considerar o mais alto silêncio...
Somente tudo não bastaria.


Independente do que hoje sei,
ou do que algum dia irei saber
"Só sei, que nada sei"





(Hiago Martins - 19 de junho de 2008)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Gênesis


"De onde vem essa busca?
Essa necessidade de resolver os mistérios da vida, quando as mais simples das questões podem nunca ser respondias.
Por que estamos aqui? Quem somos? Por que sonhamos?
Talvez seja melhor nem procurarmos, não aprofundar, não ansiar.
Essa é a natureza humana, o coração humano. Talvez seja por isso que estamos aqui.
Mas ainda nos esforçamos pra fazer a diferença, mudar o mundo, sonhar com esperanças.
Nunca tendo a certeza de quem encontraremos pelo caminho.
Quem dentre os estranhos vai segurar nossa mão, tocar nossos corações, e compartilhar a dor de tentar?

Nós sonhamos com esperança. Nós sonhamos com mudança.
E então acontece. O sonho se torna realidade.
E a resposta para essa jornada, essa necessidade de resolver os mistérios da vida finalmente aparece. Como uma brilhante luz de uma nova aurora.
Tanto esforço por um significado, por um propósito. E no fim encontramos isso por toda parte. Nossa experiência compartilhada do fantástico.
A simples necessidade do ser humano de encontrar sua origem. E para saber dentro de nossos corações, que não estamos sozinhos."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Existência

"Há muitas maneiras de encarar a nossa existência: como um trajeto, um naufrágio, um poço, uma montanha. Tantas visões quantos seres pensantes, cada um com sua disposição: cética, otimista, trágica ou indiferente.
Gosto de vê-la como um teatro, um cenário com muitas portas, que estavam ali ou que nós desenhamos. Algumas só se abrem, outras só se fecham; outras ainda se escancaram sobre um nada.
Quando abrimos uma delas - nossa múltipla escolha - é que se delineia a casa que chamamos nossa existência, e começam a surgir os aposentos onde vamos colocar nossa mobília, objetos, janelas, pessoas, um pátio que talvez leve a muitos caminhos.
Somos autores e personagens dessa cena complexa. Nos vestimos nos camarins, rimos ou choramos atrás das cortinas. Também vendemos entradas; às vezes vendemos a alma.
É de suma importância citar alguns mitos da nossa cultura, que, embora criados por nós, dificultam essa tarefa existencial."
(Gramado, O Bosque)